Santos Dumont e as crianças | Museu do Amanhã

Santos Dumont, as crianças e o poder da imaginação

Exposições Temporárias
As primas Manu e Maria na oficina de aviões de papel na exposição do Santos Dumont

Por Thaís Cerqueira*

Nas noites de São João (24 de junho) a imaginação de Albertinho voava junto aos pequenos

balões de papel que ele e outros meninos soltavam nas festas juninas do interior. Diante das

tradicionais fogueiras, ele enchia e soltava dúzias de balõezinhos para depois contemplar a

subida deles até o céu. Coisas de criança com uma imaginação fértil e com o privilégio de viver

numa fazenda, no atual município de Dumont, a 340km de São Paulo.

Talvez não seja à toa que uma das atrações favoritas das crianças na exposição “O poeta

voador, Santos Dumont” seja a oficina de aviões de papel, na qual elas podem criar seus

próprios aviõezinhos. Muito concentradas, elas assistem à explicação dos educadores, fazem

as dobraduras no papel e rapidamente sobem a rampa para lançarem suas “obras” na pista de

pouso.

Os pequenos se divertem na sala dos balões infláveis e se surpreendem com a quantidade de

modelos criados pelo mineiro, para além do famoso 14 bis.

– Quem fez todos esses aviõezinhos no meio da sala? Sabia que Santos Dumont tinha

inventado o avião, mas não sabia que tinham sido tantos. Queria ter uns desses em casa – diz,

curiosa, Maria Eduarda Oliveira, de 8 anos, sobre os modelos das principais criações aéreas

que estão expostos na sala principal.

Os protótipos também chamam a atenção de Rebeca Simões de 9 anos:

– Muito interessante saber como foi feito o primeiro avião. Assim vemos a diferença do avião

de antigamente para o de hoje.

Atento à confecção de um avião de papel, Mateus Pimentel, de 10, diz que aprendeu muita

coisa sobre a história de Santos Dumont nos interativos e que sempre tenta ser bem criativo

também.

Pequenos inventores

– Eu gostaria de criar uma máquina do tempo. Ela poderia voltar até a era dos dinossauros, e

eu emprestaria para quem precisasse – explica Caio Mendes de 8 anos já com a régua e lápis

em mãos para pôr no papel sua criação.

O exercício é simples, na teoria: inspiradas com as invenções do “pai da aviação”, as crianças

pensam no que inventariam.

– Pode ser qualquer coisa no mundo? – pergunta Manuela de 9 anos, para em seguida disparar

– Eu criaria uma máquina de sorvetes coloridos.

A mãe de Caio, Carina Mendes, acredita ser importante o levar para programas culturais:

– Aqui ele tem a oportunidade de aprender de forma lúdica, adquirindo conhecimento

complementar ao ensino da escola e trabalhando a sua imaginação.

Rebeca, de 9, que tinha chegado de viagem e estava conhecendo a exposição com sua avó e

irmão diz que inventaria “uma cadeira que andasse sozinha para quem não conseguisse

andar”. Helena Carvalho, de 5, apostaria suas fichas num robô azul e laranja com asas de

pássaro - talvez influenciada pelo ambiente ao seu redor, onde se vê “asas” para todos os

lados.

Assim como as histórias de Júlio Verne despertaram em Santos Dumont o sonho de voar,

Magno Carvalho, que trouxe a filha Helena para ver a exposição, acredita que experiências

como essa estimulam e enriquecem sua imaginação

– Ter esse contato com o lúdico e com a realidade amplia a capacidade dela de criação e as

possibilidades de pensar o ser quando crescer. Ela sai daqui mais rica de sonhos, vendo um

exemplo de sonho que se tornou realidade – afirma.

Seguindo os passos de Santos Dumont, Mateus Pimentel de 10 anos afirma que também

inventaria um avião, mas um bem diferente.

– Em que coubesse todas as pessoas boas para salvar todo mundo se acontecesse uma guerra

no Brasil – explica o menino, enquanto sua avó, ao lado, sussurra: “Sonhador”.

*Thaís Cerqueira é estagiária de Conteúdo do Museu do Amanhã

Com informações de:  http://www.cabangu.com.br

Veja fotos das crianças na exposição de Santos Dumont

O Museu do Amanhã é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão – IDG, e conta com patrocinadores e parcerias que garantem a manutenção e execução dos projetos e programas ao longo do ano. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, concebido em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo.